UM CANTO, UM BAR E UM PÁSSARO

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada

Andou pela Rua Sete,
Virou uma esquina
E sentou-se em um bar.
Olhou e esperou,
Ninguém chegou.
Apenas um pássaro sobrevoava,
Pacientemente pelo salão.
Ele se levantou,
Esticou seus olhos por todas as paredes,
Olhou para o bichinho colorido
E quis dialogar.
Observou novamente as paredes,
Onde havia muitas poesias escritas
Por pessoas famosas, anônimas,
Não importa.
Umas falavam sobre o amor,
Outras sobre a dor,
Muitas retratavam a desorganização humana.
Respirou tranquilamente,
E o passarinho feliz cantou.
O homem olhou para si mesmo,
E viu o tanto que era feliz.
Pegou seus pertences sobre a mesa,
cuja estrutura de demolição,
E bateu em retirada.
E lá se foi.
Rumou pela Rua Sete ,
Olhou para o céu,
Respirou,
Sentiu a liberdade,
Assobiou…

UM POUCO DE TUDO

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada

Pinto,
Costuro
E bordo.
Pinto o sete,
Costuro minhas ideias,
E bordo você,
Dentro de mim.

HOJE, APENAS O BARULHO DA CHUVA

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada

Que delícia esse barulhinho de chuva,
Batendo nas vidraças
Alimentando as árvores,
Encharcando o chão.

Cai água sagrada,
Estimulando a Natureza,
A nossa essência,
Com cheiro de jasmim.

Essa orquestra estimulada pela água da chuva,
Polvilha nossas almas,
Alaga nossos sentimentos,
Nos faz mais românticos,
E perdidos de amor e sedução.

Por assim dizer,
Somos uma orquestra de tudo misturado.

EXATIDÃO

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada

Não tenho pretensão de voar,
Nem sou totalmente exata daquilo que penso.
Erro,
Emendo meus erros com cola,
Com ideias,
E nem sempre cumpro meus ideais.
Eles nem sempre são cumpridos
Porque existem regras,
Similares,
Genéricos.
A exatidão existe na química,
Na física,
Mas mesmo assim falham.
Creio na exatidão do olhar,
No toque certeiro
E ainda na fórmula do amor Universal.
Mesmo com bombardeios de notícias ruins,
Com a mídia mostrando o que há de feio no mundo,
Creio na exatidão do amor.

DESAMONTOANDO A RAZÃO

DESAMONTOANDO A RAZÃO
Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada
Cedemos às esquinas,
Caminhantes que somos no calor das emoções.
Não olhamos para os lados.
E deixamos as borboletas fugirem,
Multicolores que são,
Nas cores que revelam.
Não as seguimos por tapetes,
Que se estendem no infinito.
As nossas cegueiras,
Não nos deixam alcançá-las.
Elas nos negam a beleza de suas jornadas felizes e harmoniosas.
E assim avançamos
Por diversos momentos,
Atrapalhando os nossos próprios voos.
E achamos que estamos certos,
Que somos os divisores das águas,
Os supra-sumos da verdade.

SOU UM POUCO ASSIM

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada

Sou um punhado de sal,
Um mar esquecido em seus cabelos.
Um grito escaldante na beira da estrada.
Sou um punhado de açúcar,
Doce no embalo da vida.
Sou ferro da linha do trem,
Vagões abarrotados de alegrias, 
Muitas vezes, controvérsias.
Sou vida ilustrada de balõezinhos,
Tirinhas calmas, irônicas, 
Sou um pedacinho de você.
Uma ilustradora de sonhos,
E perdidamente uma pessoa comum.

COISAS QUE NÃO SE EXPLICAM

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada 

Há noite fria que dói a barriga.
Há dia quente que dá dor na gente.
Há tanta coisa que não se explica,
Mas sei que o interessante é viver.
Viver na lua.
Viver no sol …
Em uma lua cheia
E eu cheia de mim.

ONDE ESTARÁ?

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada 

Onde estará a noite?
As borboletas e suas cores encantadoras?
Onde estará aquilo que você escondeu
Dentro de sua visível covardia?
E onde estará as promessas do Sol
E os cantos à beira dos rios?
Os beijos em noites frias pelas ruas de alguma cidade?
Ah! Você parece que morreu,
E com você foram-se os sonhos.

VICTORIA

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada

Impressionante seu carisma,
Seu jeito de apreciar a vida,
E os animais que alegram seus momentos.
Impressionante como olhas para tudo,
Com serenidade e sabedoria.
Que felicidade saber da sua integridade,
Do seu olhar para um mundo melhor.
Ah, minha netinha,
Como a amo!

Chá com gengibre e morango

Por Maria Cristina Ferrarez Bouzada 
Homenagem as nossas grandes amigas, Ila e Monica.

É bela a noite,
Onde os corpos sobem um morro,
Dobram uma esquina,
Sobem em um elevador,
Com cheiro de flor.
Visita…
Chá feito pela Ila,
Gostoso para amansar gargantas cansadas,
Corpos desengonçados, esgotados…
E lá gente,
Nessa casa tão cheia de harmonia,
Sentimos o gosto picante do gengibre,
Do amor e da delicadeza de boas amigas…
E por umas e outras,
Damos gargalhadas,
Rimos também,
Porque as palavras são soltas de forma suave.
Um chá,
Uma gota,
Um orvalho,
Uma amizade.
Sim!
O mundo precisa disso!
Precisa de mais chás e abraços!

Entradas Mais Antigas Anteriores